segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hoje passou. E amanhã?


Algo estranho tem. Claro!
O bilhete que escrevi ficou no meu bolso.
Cheguei em casa e isso já é grande coisa.
A viagem de vinda foi boa.
Aliás, existem companhias que salvam nossos dias. Isso é bom.
Em meio a apuros, ligeirezas, agonias e vontades sempre têm algo que faz bem.
Como eu dizia, tô em casa. E o bilhete, já que não entreguei, rasguei.
O que vem ao caso é o que eu planejo para amanhã.
Se não estou bem, preciso estar e ponto!
Vou levantar tarde, fazer paçoca de pinhão.
Vou fazer um “sono da tarde”, depois de levantar, um bolo.
Vou correr com os cachorros e a essa altura, a noite já vai chegar.
Talvez eu converse. Talvez eu saia. Talvez eu ria. Talvez algo me distraia.
No fim da noite, quando eu deitar verei que nem foi tão difícil.
Vai chegar o dia de amanhã e depois de amanhã e depois e depois mais uma vez.
O que é bom vai prevalecer.
Todos os dias, algo – ou alguém – com certeza me fará bem.
Num ritmo lento tudo ao redor também fará.
Depois de vários “depois”, verei mais uma vez que nem foi tão difícil.
É quase o fim dessa noite. O amanhã está logo ali. Veja, o hoje já quase passou.
O amanhã vem e tudo melhora.

Eu queria...

Queria  dizer sorrindo o que meus olhos sentem chorando.
É complicado esse negócio de querer apenas o que não se pode ter.
Um dia alguém cansa.
Mais complicado ainda é o negócio de ir sem poder ficar.
Queria dizer que estou bem.
Queria, queria, queria...
Tão ruim ouvir sobre o que não se quer falar.
Um dia eu poderei escolher.
Terá um dia em que a minha vontade prevalecerá.
E aí será fácil. Ou não.
Afinal esse dia pode nem chegar.
Não quero ter que ir. Queria mesmo é ficar.
Tem dias que o que mais quero é ir para casa, mas em outros dias é justamente esse lugar que me trará tristezas para enfrentar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O tempo (não pára).

Olho para trás. Penso. O relógio continua andando. O tempo não pára.
No pensamento, multiplico. Mas o tempo, ele não pára.
As horas bem aproveitadas têm um fim. Mas são multiplicadas na ausência.
No corpo, a falta. Na alma, um lamento.
O relógio faz "tic-tac" e meu sangue pulsa mais rápido.
Lamento o tempo que passa.
Sorrio ao tempo que tive.
Um outro tempo virá. Sorrio de novo ao tempo que ainda terei.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O silêncio...

Que fala tudo, que não fica mudo, que entende a cor, que espanta a dor.
Só o silêncio que tem as palavras que não sabemos dizer, a calma que buscamos encontrar.
E eu quero pra mim a tranquilidade desse silêncio, e é para isso que vou lutar.
O silêncio, explicador dos não entendidos, uma fuga aos reprimidos.
O silêncio, curador de almas, afastador de insônias.
O silêncio para quem não consegue explicar.
A tranquilidade para quem quer alcançar, a explicação máxima para aquilo que não consegue falar.
E assim entender que viver não se explica, que amor não se define.
Quero entender que o silêncio não se entende apenas demonstra o que nossos corações são capazes de sentir.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O que tem que não faz bem, que não acalma, que não deságua?
Por onde anda o leque de cores, a vila de flores, a mágica de amores?
E a cabeça que parece explodir, que sisma em não rir, em não animar?
Cadê teu sonho, menina? O vento levou?
Cadê a esperança, garota? A flor despetalou?
Embarco no barco de nuvens regado pelas lágrimas do papel.
Uma volta ao buraco, o encontro com algo que desconheço.
Um passo, um tropeço.
Uma vírgula e um ponto.