Algo estranho tem. Claro!
O bilhete que escrevi ficou no meu bolso.
Cheguei em casa e isso já é grande coisa.
A viagem de vinda foi boa.
Aliás, existem companhias que salvam nossos dias. Isso é
bom.
Em meio a apuros, ligeirezas, agonias e vontades sempre têm
algo que faz bem.
Como eu dizia, tô em casa. E o bilhete, já que não entreguei, rasguei.
O que vem ao caso é o que eu planejo para amanhã.
Se não estou bem, preciso estar e ponto!
Vou levantar tarde, fazer paçoca de pinhão.
Vou fazer um “sono da tarde”, depois de levantar, um bolo.
Vou correr com os cachorros e a essa altura, a noite já vai
chegar.
Talvez eu converse. Talvez eu saia. Talvez eu ria. Talvez
algo me distraia.
No fim da noite, quando eu deitar verei que nem foi tão difícil.
Vai chegar o dia de amanhã e depois de amanhã e depois e
depois mais uma vez.
O que é bom vai prevalecer.
Todos os dias, algo – ou alguém – com certeza me fará bem.
Num ritmo lento tudo ao redor também fará.
Depois de vários “depois”, verei mais uma vez que nem foi tão
difícil.
É quase o fim dessa noite. O amanhã está logo ali. Veja, o hoje
já quase passou.
O amanhã vem e tudo melhora.
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