segunda-feira, 18 de junho de 2012

Até onde vai?

Até onde vai a vida, que vida nenhuma investiga para saber?
E as horas contadas na espera de alguém, que tem a ver com a presença de frio?
E o sono que perco, as roupas que coloco, as palavras que não digo? O que têm elas?
Talvez tudo tenha a ver com tudo.
É quase como ser igual a um mundo cheio e mudo.
Tudo que sabe-se e não se pode falar, até que o grito silencioso precise lutar. E sair. E se juntar aos ritmos fracos que são pulsados por um coração dormente. E ele lateja.
Faíscas de um sentimento sereno com o desespero de partir sem ter saídas.
Mas e o que tem a ver isso com aquilo?
E tudo o que digo faz sentido se não falo para ninguém?
É um vai e vem de cores, flores, poesias, amores, dores, horrores, terrores, divisores e tantos “ores” comuns a todos.
Todos que vivem e dizem ter vida. Mas que vida têm?
Mais que uma?
Ou duas dentro de uma apenas...
Qual dessas vidas te faz mais feliz?
Seria possível juntá-las?
“Mas a dúvida é o preço da pureza”, já dizia o Gessinger.
Então prefiro ser pura e morrer de dúvidas, de angústias e torturas.
Mais vale viver de verdade, do que inventar uma vida sem ação, sem emoção, sem razão de ser.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Espera.

Olha para o lado, pensa.
Dá volta em torno de si mesma, procura algo e não encontra.
Corre ao sol, deita na grama, olha as nuvens.
Esconde-se, procura por algo novamente e não encontra.
Perdida, preocupada, sozinha.
Olha para o lado mais uma vez, o que sempre esteve ali agora não está mais.
Pisca o olho, uma lágrima cai.
Flutua pela própria cabeça, uma maré de sonhos e desejos.
Pensa em desistir, dessa vez um par de lágrimas cai.
Dor do coração, aquela que não finda.
Saudade. Incerteza.
Olha mais uma vez para o mesmo lado de sempre, uma pontada de nostalgia.
Caminha pela grama e deseja fortemente alguém ali.
Espera que tudo esteja bem. Espera que tudo seja igual.
Volta ao trabalho, à vida, ao que é habitual.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O brilho da lua

As nuvens encobrindo a lua, mas mesmo assim a sua imagem não some, não se vai.
O brilho dela é tão intenso que vale mais do que qualquer elemento cinza que tenta - em vão - a encobrir.
Mas, olhando mais atentamente, enxergo algo ainda mais bonito: As nuvens não tentam cobrir a lua e sim deixar ela ainda mais em destaque.
Toda vez que aqueles "algodões doces" passam por ela, o brilho parece ser ainda mais forte, pois ele (o brilho) aumenta a sua intensidade para não se deixar apagar.
É isso. Um brilho eterno.
A lua e seu brilho para sempre.
E o meu desejo hoje? É ser um pouco, bem pouco que seja, parecida com ela.
Não quero que nada faça apagar o brilho que eu tanto luto para alcançar.
Isso com certeza não vai acontecer.
As nuvens que tentam me cegar são tão fracas a ponto de eu quase nem notá-las.
Sou mais forte que meras nuvens cinzas.
O meu exemplo hoje é a lua, que usa das sombras para se tornar ainda mais bela.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hoje passou. E amanhã?


Algo estranho tem. Claro!
O bilhete que escrevi ficou no meu bolso.
Cheguei em casa e isso já é grande coisa.
A viagem de vinda foi boa.
Aliás, existem companhias que salvam nossos dias. Isso é bom.
Em meio a apuros, ligeirezas, agonias e vontades sempre têm algo que faz bem.
Como eu dizia, tô em casa. E o bilhete, já que não entreguei, rasguei.
O que vem ao caso é o que eu planejo para amanhã.
Se não estou bem, preciso estar e ponto!
Vou levantar tarde, fazer paçoca de pinhão.
Vou fazer um “sono da tarde”, depois de levantar, um bolo.
Vou correr com os cachorros e a essa altura, a noite já vai chegar.
Talvez eu converse. Talvez eu saia. Talvez eu ria. Talvez algo me distraia.
No fim da noite, quando eu deitar verei que nem foi tão difícil.
Vai chegar o dia de amanhã e depois de amanhã e depois e depois mais uma vez.
O que é bom vai prevalecer.
Todos os dias, algo – ou alguém – com certeza me fará bem.
Num ritmo lento tudo ao redor também fará.
Depois de vários “depois”, verei mais uma vez que nem foi tão difícil.
É quase o fim dessa noite. O amanhã está logo ali. Veja, o hoje já quase passou.
O amanhã vem e tudo melhora.

Eu queria...

Queria  dizer sorrindo o que meus olhos sentem chorando.
É complicado esse negócio de querer apenas o que não se pode ter.
Um dia alguém cansa.
Mais complicado ainda é o negócio de ir sem poder ficar.
Queria dizer que estou bem.
Queria, queria, queria...
Tão ruim ouvir sobre o que não se quer falar.
Um dia eu poderei escolher.
Terá um dia em que a minha vontade prevalecerá.
E aí será fácil. Ou não.
Afinal esse dia pode nem chegar.
Não quero ter que ir. Queria mesmo é ficar.
Tem dias que o que mais quero é ir para casa, mas em outros dias é justamente esse lugar que me trará tristezas para enfrentar.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O tempo (não pára).

Olho para trás. Penso. O relógio continua andando. O tempo não pára.
No pensamento, multiplico. Mas o tempo, ele não pára.
As horas bem aproveitadas têm um fim. Mas são multiplicadas na ausência.
No corpo, a falta. Na alma, um lamento.
O relógio faz "tic-tac" e meu sangue pulsa mais rápido.
Lamento o tempo que passa.
Sorrio ao tempo que tive.
Um outro tempo virá. Sorrio de novo ao tempo que ainda terei.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O silêncio...

Que fala tudo, que não fica mudo, que entende a cor, que espanta a dor.
Só o silêncio que tem as palavras que não sabemos dizer, a calma que buscamos encontrar.
E eu quero pra mim a tranquilidade desse silêncio, e é para isso que vou lutar.
O silêncio, explicador dos não entendidos, uma fuga aos reprimidos.
O silêncio, curador de almas, afastador de insônias.
O silêncio para quem não consegue explicar.
A tranquilidade para quem quer alcançar, a explicação máxima para aquilo que não consegue falar.
E assim entender que viver não se explica, que amor não se define.
Quero entender que o silêncio não se entende apenas demonstra o que nossos corações são capazes de sentir.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O que tem que não faz bem, que não acalma, que não deságua?
Por onde anda o leque de cores, a vila de flores, a mágica de amores?
E a cabeça que parece explodir, que sisma em não rir, em não animar?
Cadê teu sonho, menina? O vento levou?
Cadê a esperança, garota? A flor despetalou?
Embarco no barco de nuvens regado pelas lágrimas do papel.
Uma volta ao buraco, o encontro com algo que desconheço.
Um passo, um tropeço.
Uma vírgula e um ponto.

domingo, 25 de março de 2012

Eu tenho um anjo...


E ele me guia onde quer que eu esteja.
Ele me fortalece e me mostra que devo seguir em frente.
O meu anjo está onde quer que eu esteja se não for de corpo está de coração.
Sim, eu tenho um anjo e hoje ele me provou o que é capaz de fazer por mim.
Ele enfrenta o mundo e quer saber se eu enfrentaria o mundo por ele... Oras, é claro que sim!
Não o vejo como bonito e nem feio, magro ou gordo, chato ou legal...
Quer mesmo saber, meu anjo é perfeito como ele é.
E ele sorri sempre que me vê feliz! Isso foi ele quem disse.
Meu anjo me entende, disso eu sei sem ninguém me dizer.
Ele me vê de longe, e sabe de mim mais do que eu sei.
É um anjo único, de olhos inigualáveis.
Falaram-me que eu não podia me apaixonar por ele, porque era apenas um anjo.
Mas como assim? Anjo também sabe amar, não sabe?
Sabe sim! Eu sinto isso.
Acho que... Bem, eu não acho, tenho certeza, de que eu não saberia mais viver sem ele.
A certeza de que ele existe é o motivo para a minha felicidade.
O meu anjo é a minha luz e minha inspiração e eu sou a dele!
Eu sei que eu não deveria amar um anjo, mas o que eu posso fazer?
Falarei a verdade para tentar explicar, o amor verdadeiro foi ele, meu anjo, quem me ensinou e só por ele eu o sentirei.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Companheira Insônia

Quarta-feira,14/03 - 3h 30min a.m.

Seja bem vinda, insônia, que parecia ter se despedido de mim.
Divago sozinha hoje, no fundo sempre foi assim. Não lhe chamei ao que me recordo.
Mas fez bem em vir, já que assim sigo noite adentro acompanhada.
Esses dias cinzas de sol escuro me deixam um tanto confusa, não sei se eu sigo ou se estaciono.
Me decepcionei comigo mesma, minha querida, e quis em meu íntimo voltar e corrigir um erro meu.
Decepcionei-me também não apenas comigo, mas com alguém que quero tanto bem.
Insônia, já que tu me segues a tempo, poderia tão fácil me dizer, em que tempo da vida eu deveria voltar a nascer.
O errado ficou certo em meio a tanta confusão e o passado ficou incerto depois de tanta emoção.
Não vou correr, afinal pressa nenhuma eu tenho. Permaneço calada, da forma que alguém escolheu.
Longe e confuso ficaram meus atos, que sozinhos e cansados, param.
As minhas forças parece-me que perco aos poucos, já que me tiram os motivos que eu tinha para lutar.
Muito me estenderia se aqui quisesse falar cada erro que grita, cada saudade que transborda e cada medo que carrego em meu olhar.
Minha companheira amiga, me siga se puder, não me deixe sozinha nessa noite escura.
Eu tenho medo do escuro, das nuvens chuvosas, do vento perdido e das mágoas do amor.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Os sentidos.

Sinto que algumas coisas já não fazem sentido.
É como se a nuvem de chuva tivesse se transformado em pó.
Cada sufoco, cada fuga, cada momento difícil...
As preocupações aumentam com o passar das horas e os dias sozinha passam devagar, quase param.
Um empurrão e nada adianta.
Mil abraços e só procuro um.
Sinto o fim próximo, sinto demais e isso se tornou um problema.
Pego na mão do abismo, mas decido não cair.
Chego constantemente ao fim e logo resolvo voltar.
Penso em desistir mas me surpreendo com a vontade maior de continuar.
Algo está por vir e que seja bom, que valha a pena persistir.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mudando o imutável (Uma realidade inalcançada)

Muda o tom da cor
O toque da pele
Muda o olhar e a presente semelhança se esvai
Muda as cores dos olhos parados
Olhando novamente para o mesmo lado
A rima que não finda
Num mármore gelado de puro prazer
O som que envolve
Um sono pesado que não consigo mais ter
O tempo não passa enquanto ouço-me pulsar
O mundo desaba e os passos ao meu redor conseguem parar
Algo queima em mim ao final de cada dia
Uma simples fantasia de um querer que não se quer
Solto feito um pássaro na gaiola
A contradição de uma mentira
As vozes que rodeiam o dia
Convencendo a cabeça daquilo que não é real
São puras idealizações que passam a torturar
São vontades de algumas horas, que eternamente poderiam durar
Espero, enquanto o tempo dá o seu primeiro passo e peço que devagar tudo tome jeito
O jeito errado talvez, o medo afogado quem sabe
O maior dos sonhos chegará ao final de uma finalidade alcançada
Juntamente com palavras espremidas e exprimidas ao nada.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A procura.

Procurando por um paraíso grandioso e proibido com toques sutis e superficiais
Um tanto de queda, um pouco de empurrão.
A lei da chuva que molha a todos, mas não molha a si mesma.
A curva da estrada que engenheiro nenhum traçou.
Uma data marcada não funciona apenas aquilo feito na hora “H”.
Sonhos lamentados a quem nem se devia confiar.
Ou o que se deve não se pode pagar.
Mas que sonho é esse que escondido fica, que não encontra uma saída para os problemas da vida?
Que abismo que me encontro, que tontura maluca, onde fui parar?
Meu corpo no espelho se define de forma diferente a que um dia possuiu
Meus olhos se fecham e quando abrem-se me sinto mais velha.
O tempo não passa, ele voa!
As soluções para os problemas foram adiados e substituídos pelas vontades.
Os desejos outrora inexistentes fixaram-se nas vagas abas de razão que meu coração diz ter.
Meu soluço fraco junto ao grito histérico vira uma canção sem fim.
O correr das minhas pernas ficou fraco a ponto de não mais caminhar.
O tempo voa e eu flutuo numa maré de águas pouco límpidas.
A vida não vive mais o tempo que costumava viver.
A cada passada que o ponteiro menor do relógio dá, eu me lanço a procura dos meus passos mais lentos.
O despertador me acorda e eu peço para continuar a dormir.
E se acordar, que ele então me ajude a fugir.
Uma fuga sem espelhos que é para não refletir o que ficou para trás.
Sem chances de volta, sem medos para voltar.
Cuidado! São as placas que sozinhas ainda tentam alertar
O que decidi está decidido, o que foi não há de voltar.
Se meus passos tropeçarem, se meus dedos se cruzarem aí já não mais andarei.
Mas enquanto eu tenho vida, eu luto!
Enquanto eu tenho força, eu não desisto!
Enquanto existe amor, existe esperança e onde existe esperança, há vida!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um desabafo e palavras tristes.


Meu peito aprofundado em dor e solidão.
Já não encontra escombros úteis para algo reatar.
Se movem sozinhos em vão.
Duas peças de um quebra-cabeça que parecia nunca quebrar.
Só ficam os pedaços de lembranças que jamais vão se apagar.
Um com o outro e o outro sem o um.
Uma decisão confusa que fará parte das curvas da vida.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O compositor

Os reflexos da alma refletem no lápis compositor que flutua junto às letras trazendo músicas dançantes e delicadas.
Um reflexo errado é um risco torto, é forte e pode destruir sozinho todo o conjunto de riscos tracejados por mãos fartas de realidade.
Mãos que sonham com o desejo de libertar as letras presas e distantes do jardim.
Um jardim florido onde é possível apenas olhar.
No fundo dele um infinito de letras esperando para que o compositos as façam nadar também.
Querem mergulhar juntas num mar de água colorida assim como as flores do jardim.
Colorida além das cores, a música surge. O som complementa e faz-se realidade o sonho que o lápis compôs.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O GRANDE poder das palavras


Em seu texto “O poder das palavras” publicado na Zero Hora de março de 2007, Abrão Slavutzky (Psicanalista) diz: “A palavra deve ser a prioridade para a recuperação de uma sociedade pensante (...). Com elas se faz o fogo que nos aquece e as pontes que nos unem com fios invisíveis. As palavras são estímulos indispensáveis para enfrentar as tristezas do mundo, essenciais no amor e na paz. O poder das palavras salvou a Sherazade que contando histórias curou o rei de sua fúria assassina nas Mil e uma noites. E não é por acaso que os fanatismos temem a liberdade de expressão (...)”.

Depois disso já não é necessário dizer muita coisa, a complexidade das palavras está escrita aí, de uma forma simples de entender. Tivemos a honra de conhecê-las e devemos abusar do direito de usá-las. As palavras conduzem as emoções, os manifestos, as interrogações para um mundo de realidades, todos os pensamentos e sentimentos devem ser expostos e para isso, nada melhor do que usar das magnifícas palavras que em conjunto se tornam maiores do que as dimensões do mundo.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Um domingo de reflexão.

Todo o dia é dia de refletir, porém quando acontecimentos vem à tona, quando as coisas não acontecem da forma como foi imaginado,  a reflexão se torna a única saída e mesmo assim, nem sempre consegue-se sair. Enfim, escrevo:
"Para que tanta saudade e desespero se o medo interrompe qualquer parte de mim que quis assim, sempre calada ficar.
Mas quando resolvo falar, quanto mal trago a mim e fujo assim com aquele velho medo de errar.
Mas e o que fazer quando se quer tentar? Lutar?
Nada que eu diga ou faça resumirá aquilo que realmente quis dizer.
Um poço fundo e largo que se arrasta aos pés de quem não sabe o que fazer.
Muita melancolia e sentimentalismo, que coração mais malvado que quer ser o meu.
Muita emoção, pouca razão. Muita dedicação, pouca preocupação.
O que pode ser mais fácil, sempre há como complicar e o complicado não se desenrola.
Não anda e nem estaciona, apenas flutua por entre as brechas, poucas, de sol que invadem a calma tentando limpar a alma.
Mas tudo está limpo e resolvido já, agora é um recomeço.
Se recomeçarei com algo já antes iniciado, aí é outra reflexão."