quarta-feira, 10 de abril de 2013

Será que a poesia salva?

Penso nos pobres corações sem amor, sem pudor que vivem de dor.
Será que eles, a poesia salva?
E aqueles desalmados, desvairados, que sofrem por todos os lados.
Será que eles, a poesia salva?
E aquele que vive de ilusão, do medo de pedir perdão e fazer uma oração.
Será que esses, a poesia salva?

Creio que salve sim.
A poesia tudo salva.
Poesia não tem raça nem cor.
Não tem religião, apenas fé.
Poesia e amor andam lado a lado.
E se o amor salva, por que a poesia não?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Quando se ama.



Quando se ama de verdade, entende-se o outro.
Entende-se os momentos de angústia, de tristeza, de quietude.
Quando se ama, pega-se na mão do outro sem pedir nada mais.
Entende-se quando só quer conversar ou, então, nem isso.
Olha-se nos olhos e tudo está dito.
Compreende-se o medo, a dúvida, o momento.
Quando se ama, entende-se que há coisas que dão certo, outras não.
Afinal, o amor não é apenas felicidade, mas também cumplicidade e compreensão.
Quando se ama, entende-se quando algo não vai bem.
A gente dá tempo ao tempo.
Compreende a incerteza.
Quando se ama, entende-se que talvez algo mude, que a vida será incerta, que alguns movimentos serão encerrados.
Quando se ama, espera-se o bem.
Mais do que estar junto, quando se ama, deseja-se que o outro seja feliz.
Quando se ama, entende-se, compreende-se, espera-se.
Aconteça o que acontecer o outro sabe que o amor é ainda o mesmo ou talvez, mais forte.
Quando se ama, se ama e pronto!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Até onde vai?

Até onde vai a vida, que vida nenhuma investiga para saber?
E as horas contadas na espera de alguém, que tem a ver com a presença de frio?
E o sono que perco, as roupas que coloco, as palavras que não digo? O que têm elas?
Talvez tudo tenha a ver com tudo.
É quase como ser igual a um mundo cheio e mudo.
Tudo que sabe-se e não se pode falar, até que o grito silencioso precise lutar. E sair. E se juntar aos ritmos fracos que são pulsados por um coração dormente. E ele lateja.
Faíscas de um sentimento sereno com o desespero de partir sem ter saídas.
Mas e o que tem a ver isso com aquilo?
E tudo o que digo faz sentido se não falo para ninguém?
É um vai e vem de cores, flores, poesias, amores, dores, horrores, terrores, divisores e tantos “ores” comuns a todos.
Todos que vivem e dizem ter vida. Mas que vida têm?
Mais que uma?
Ou duas dentro de uma apenas...
Qual dessas vidas te faz mais feliz?
Seria possível juntá-las?
“Mas a dúvida é o preço da pureza”, já dizia o Gessinger.
Então prefiro ser pura e morrer de dúvidas, de angústias e torturas.
Mais vale viver de verdade, do que inventar uma vida sem ação, sem emoção, sem razão de ser.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Espera.

Olha para o lado, pensa.
Dá volta em torno de si mesma, procura algo e não encontra.
Corre ao sol, deita na grama, olha as nuvens.
Esconde-se, procura por algo novamente e não encontra.
Perdida, preocupada, sozinha.
Olha para o lado mais uma vez, o que sempre esteve ali agora não está mais.
Pisca o olho, uma lágrima cai.
Flutua pela própria cabeça, uma maré de sonhos e desejos.
Pensa em desistir, dessa vez um par de lágrimas cai.
Dor do coração, aquela que não finda.
Saudade. Incerteza.
Olha mais uma vez para o mesmo lado de sempre, uma pontada de nostalgia.
Caminha pela grama e deseja fortemente alguém ali.
Espera que tudo esteja bem. Espera que tudo seja igual.
Volta ao trabalho, à vida, ao que é habitual.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O brilho da lua

As nuvens encobrindo a lua, mas mesmo assim a sua imagem não some, não se vai.
O brilho dela é tão intenso que vale mais do que qualquer elemento cinza que tenta - em vão - a encobrir.
Mas, olhando mais atentamente, enxergo algo ainda mais bonito: As nuvens não tentam cobrir a lua e sim deixar ela ainda mais em destaque.
Toda vez que aqueles "algodões doces" passam por ela, o brilho parece ser ainda mais forte, pois ele (o brilho) aumenta a sua intensidade para não se deixar apagar.
É isso. Um brilho eterno.
A lua e seu brilho para sempre.
E o meu desejo hoje? É ser um pouco, bem pouco que seja, parecida com ela.
Não quero que nada faça apagar o brilho que eu tanto luto para alcançar.
Isso com certeza não vai acontecer.
As nuvens que tentam me cegar são tão fracas a ponto de eu quase nem notá-las.
Sou mais forte que meras nuvens cinzas.
O meu exemplo hoje é a lua, que usa das sombras para se tornar ainda mais bela.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hoje passou. E amanhã?


Algo estranho tem. Claro!
O bilhete que escrevi ficou no meu bolso.
Cheguei em casa e isso já é grande coisa.
A viagem de vinda foi boa.
Aliás, existem companhias que salvam nossos dias. Isso é bom.
Em meio a apuros, ligeirezas, agonias e vontades sempre têm algo que faz bem.
Como eu dizia, tô em casa. E o bilhete, já que não entreguei, rasguei.
O que vem ao caso é o que eu planejo para amanhã.
Se não estou bem, preciso estar e ponto!
Vou levantar tarde, fazer paçoca de pinhão.
Vou fazer um “sono da tarde”, depois de levantar, um bolo.
Vou correr com os cachorros e a essa altura, a noite já vai chegar.
Talvez eu converse. Talvez eu saia. Talvez eu ria. Talvez algo me distraia.
No fim da noite, quando eu deitar verei que nem foi tão difícil.
Vai chegar o dia de amanhã e depois de amanhã e depois e depois mais uma vez.
O que é bom vai prevalecer.
Todos os dias, algo – ou alguém – com certeza me fará bem.
Num ritmo lento tudo ao redor também fará.
Depois de vários “depois”, verei mais uma vez que nem foi tão difícil.
É quase o fim dessa noite. O amanhã está logo ali. Veja, o hoje já quase passou.
O amanhã vem e tudo melhora.

Eu queria...

Queria  dizer sorrindo o que meus olhos sentem chorando.
É complicado esse negócio de querer apenas o que não se pode ter.
Um dia alguém cansa.
Mais complicado ainda é o negócio de ir sem poder ficar.
Queria dizer que estou bem.
Queria, queria, queria...
Tão ruim ouvir sobre o que não se quer falar.
Um dia eu poderei escolher.
Terá um dia em que a minha vontade prevalecerá.
E aí será fácil. Ou não.
Afinal esse dia pode nem chegar.
Não quero ter que ir. Queria mesmo é ficar.
Tem dias que o que mais quero é ir para casa, mas em outros dias é justamente esse lugar que me trará tristezas para enfrentar.